Evangelho Segundo Mateus
Título
O nome do livro vem do seu autor, o apostolo Mateus (9.9), também chamado de Livi. (Mc 2.14), que, na lista dos doze, geralmente aparece em sétimo ou oitavo lugar. Com as variações Matias e Matatias, Mateus era um nome comum entre os judeus.
Autoria e Data
É de Mateus cujo significado é “dádiva de Deus”. Mateus era coletor de impostos na Galileia e, ao ser chamado por Jesus, passou a fazer parte dos doze apóstolos. Não há referencias nem inferências que o coloque como autor, mais a tradição da igreja Primitiva lhe atribuiu o primeiro evangelho.
Alguns o consideram o mais antigo, com data de composição entre os anos 45 e 55 d.C., enquanto outros o colocam após o evangelho de Marcos, entre 68 e 68 d.C. ainda segundo a tradição, foi escrito em aramaico, sendo, mais tarde traduzido para o grego.
Assunto
Mateus é o mais judaico dos evangélicos. Seus destinatários, com certeza, eram os judeus. Por isso ao escritor apela frequentemente para o cumprimento das profecias na vida de Jesus. Sua intenção é mostrá-lo como o Messias prometido nas escrituras do antigo testamento. A genealogia do primeiro capitulo retrocede ate Abraão. Por sete vezes, Jesus é chamado “filho de Davi”. Os costumes e as palavras judaicas não são explicadas, como nos outros evangelho, porque seu publico, com certeza, entendia suas expressões.
Há uma grande ênfase sobre a cidade de Jerusalém, chamada de “a cidade do grande rei” (Mt 5.35).
Mateus, que tinha uma mente sistemática, acostumada com anotações, reuniu todo o seu material por tópicos. Nos capítulos 5 e 7 está o sermão da montanha, que resume os princípios éticos de Jesus. O capitulo 10 relaciona a missão dos discípulos. O capitulo 13 reúne algumas parábolas relacionadas ao reino de Deus. No capitulo 22, a disputa de Jesus com os fariseus, os saduceus e os herodianos. O capitulo 23 se relaciona as suas repreensões contra os fariseus e os escribas. Finalmente, nos capítulos 24 e 25 encontramos o seu sermão profético.
Ênfase
Mateus é o evangelho da profecia cumprida. A expressão “para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta” aparece doze vezes. Algumas dessa citações são contestadas, porque, as vezes, parecem não apresentar um cumprimento literal, mais apenas uma interpretação do texto do Antigo Testamento. Um exemplo referido é o texto de Mateus 1.23, que seria o cumprimento de Isaias 7.14. É alegado que Jesus não foi chamado de Emanoel. Mais não se pode negar que todos virão em Jesus a manifestação da presença de Deus junto de seu povo. Deve-se considerar, após a ressurreição, os discípulos perceberam que a chave para o entendimento do Antigo Testamento era o Messias. Então, passaram a olhar todos os detalhes dos livros sagrados, relacionando com Jesus.
O livro comprova a inspiração divina das escrituras judaicas em muitos pontos e fornece inúmeros argumentos contra ensinos errôneos, como, por exemplo, a guarda do sábado, a natureza da ressurreição e divindade de Cristo.